Incêndios no Cerrado: não são naturais e precisamos evitá-los
- Cerrado Outdoor
- 12 de set.
- 2 min de leitura

Quando pensamos no Cerrado, logo vem à mente aquela imensidão de campos, árvores retorcidas, veredas e uma biodiversidade única no mundo. Esse bioma incrível sempre teve o fogo como parte da sua história, mas é importante deixar claro: os incêndios que vemos hoje, especialmente nos períodos de seca, não são fenômenos naturais. A grande maioria deles é causada pela ação humana, e isso traz consequências graves para o equilíbrio ambiental.
De acordo com o MapBiomas Fogo, em parceria com o IPAM, quase 90% da vegetação queimada no Cerrado entre 1985 e 2022 era nativa. Ou seja, o fogo não está atingindo apenas áreas já alteradas pelo homem, mas sim matas de galeria, campos e savanas, que abrigam espécies de plantas e animais que dependem diretamente desses ecossistemas para sobreviver. Em média, todos os anos, mais de 79 mil km² do Cerrado são queimados — uma área maior do que a Irlanda. E a maior parte desses incêndios acontece justamente na época seca, entre julho e outubro, com pico em setembro.
É verdade que o fogo natural, causado por raios, existe no Cerrado. Mas esse tipo de ignição costuma ocorrer na transição entre a estação chuvosa e o início da seca, quando ainda há umidade suficiente para que a vegetação se recupere. O que acontece hoje é diferente: queimadas que começam em plena seca, quando o capim já está seco, o vento espalha as chamas com facilidade e a alta temperatura cria condições para incêndios muito mais intensos. Nesse cenário, dificilmente se trata de algo natural — quase sempre é resultado de descuido ou ação intencional de pessoas.
As consequências disso são enormes. Além de ameaçar espécies e degradar o solo, os incêndios liberam grandes quantidades de carbono na atmosfera, agravando as mudanças climáticas. Também impactam diretamente comunidades locais, gerando fumaça, prejuízos e colocando vidas em risco. E o pior é que tudo isso poderia ser evitado.
A saída está em uma combinação de ações: fiscalização, políticas públicas eficientes, manejo integrado do fogo (com queimas controladas e planejadas, em momentos seguros), recuperação de áreas degradadas e, principalmente, conscientização. Precisamos entender que colocar fogo no Cerrado na época da seca não é prática tradicional e nem natural — é um problema que ameaça o futuro desse bioma e de todos nós que dependemos dele.
O Cerrado é o berço das águas do Brasil, abriga uma diversidade incrível de vida e sustenta modos de vida que se perderiam sem ele. Cuidar para que os incêndios não aconteçam é também cuidar da nossa própria sobrevivência.
Você também pode ser um combatente sendo doador de instituições voluntárias como a Brigada Voluntária Sucupira , Brigada São Jorge e Rede Contra Fogo
O cerrado precisa da sua ajuda!




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